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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vinicius de Moraes & Toquinho : A Tonga Da Mironga Do Kabuletê | CBS - 1971



Gravação Do LP "Vinicius+Bethânia+Toquinho-En La Fusa/Mar del Prata" de 1970 ( CBS)

Você sabe o que significa "A Tonga Da Mironga Do Kabuletê"?´ Ano de 1970. Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco "A Arca de Noé", fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino.  Encontram o Brasil em pleno "milagre econômico", que milagre... a censura estava em alta, DOPS, ato 5, torturas... a Bossa Nova em baixa.  Opositores ao regime pagando com a liberdade e com a vida o preço de seus ideais.  O poeta Vinicios é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music. No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria. Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.  Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles "tonga da mironga do cabuletê", que significa "o pêlo do cu da mãe". O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta.  Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso:  "Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô". Fonte: Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.  Tonga da Mironga do Cabuletê Toquinho e Vinicius de Moraes Eu caio de bossa eu sou quem eu sou Eu saio da fossa xingando em nagô Você que ouve e não fala  Você que olha e não vê  Eu vou lhe dar uma pala  Você vai ter que aprender  A tonga da mironga do cabuletê  A tonga da mironga do cabuletê  A tonga da mironga do cabuletê  Você que lê e não sabe  Você que reza e não crê  Você que entra e não cabe  Você vai ter que viver Na tonga da mironga do cabuletê  Na tonga da mironga do cabuletê  Na tonga da mironga do cabuletê  Você que fuma e não traga  E que não paga pra ver  Vou lhe rogar uma praga  Eu vou é mandar você  Pra tonga da mironga do cabuletê  Pra tonga da mironga do cabuletê Pra tonga da mironga do cabuletê .

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